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Como minha mãe, não perco último capítulo de novela das oito! Ela as acompanhava o tempo todo, com direito a que ninguém desse um “piu” durante os capítulos. Eu não tenho a mesma oportunidade, visto que às oito ou nove da noite ainda estou trabalhando e acompanhando outros folhetins, sob o ângulo terapêutico. Quanto privilégio!!!


De forma geral tudo aquilo que queremos ou não queremos, acaba por se concretizar em algum momento! Todos guardamos fortes desejos e quereres dentro de nossas almas, nem sempre confessados a quem quer que seja, mas eles são reais e absolutamente factíveis.


Todos formamos imagens sobre nós mesmos, pautadas na moda, na ideologia da época, naquilo que é bem aceito pela sociedade, etc, etc. Mas essas imagens nem sempre correspondem a nossa verdade interior, ao nosso cerne, a nossa essência psicológica.


Quantos se lançaram em percursos de vida inconscientes e se depararam com grandes frustrações, medos e até mesmo patologias psíquicas? Entender quem somos e sobretudo, aceitar nossa configuração psíquica, alterando apenas aquilo que precisa e deve ser alterado é uma tarefa prá lá de difícil.


As meninas da década de 70/80 foram criadas para questionar tudo, para não aceitar subjugação, para atuar de forma “poderosa”. Quem as influenciou foi uma gama de mulheres das gerações anteriores, suas mães e avós. Umas foram subalternas em todos os sentidos e outras brigaram por novas situações, embora nem sempre tenham obtido resultados duradouros.


Quer dizer, sua avó fazia parte de uma sociedade patriarcal onde a mulher não tinha qualquer poder de decisão. Será???? Sua mãe fez parte de uma sociedade questionadora, que “queimou sutians” e declarou a liberdade feminina. Será??? Será mesmo que sua avó foi tão oprimida e submissa....e será que sua mãe foi tão rebelada??? Tenho dúvidas, até porque a sociedade é um organismo vivo, que age e interage, modifica e se modifica e nem sempre deixa tudo tão claro e explícito logo de cara.


Observar e conhecer a História é fundamental para quem quer compreender a Psiquê, a alma, a essência humana. Nada é estanque quando falamos e pensamos em Seres Humanos.


O folhetim trouxe discussões bem vindas, quanto à Compulsão pelo Jogo (tão grave como qualquer outra); quanto às Personalidades Criminosas; quanto aos temperamentos voltados à eterna Negação da realidade; quanto às diversidades, etc, etc, etc. e por essa razão exerceu seu papel social, no formato de arte que desperta toda sorte de opiniões.


A cada geração o Ser Humano fica mais complexo e nessa complexidade residem todas as modificações psíquicas, das famílias e das Sociedades. Quanto menos inconscientes formos, quanto mais dominarmos nossas sombras e nossos “porões” psíquicos, mais força teremos em nossa consciência e menos nos sentiremos culpados por decisões, nem sempre consensuais.


Foi interessante verificar que as poderosas e perigosas mulheres da novela, decidiram por relações comuns, famílias e filhos. E houve até quem se decidisse por manter-se consigo mesma. E não houve felicidade eterna, nem casamento de protagonistas... Mas houve um símbolo que me chamou atenção: O Canto da Sereia!!!


Ninguém jamais viu uma sereia, muito menos ouviu o seu canto, mas arquetipicamente todos sabem o que ele significa. A quem busca fortalecer à própria consciência, nada melhor que compreender que o “canto das sereias” é tão indescritivelmente belo quanto irreal!!!

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