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Francamente não aprecio o termo “empoderamento da mulher”, até porque não precisamos alardear sobre nossos “poderes”. Quando ouço esse termo logo me vem a imagem da “Mulher Maravilha”, da “Mulher Gato” e não, não precisamos disso.


Um dos nossos maiores poderes, se assim devo chamar, é a maternidade! Faz bem pouco tempo que ter filhos era uma consequência natural da vida, sem escolhas, sem senões, a menos que algo “maior” nos impedisse.



Mas, antes, vamos a um pouco de História.


A camisinha existe desde a Idade Média. Foi feita de forma artesanal para evitar a disseminação de doenças venéreas na Europa. Não era confortável, muito menos eficaz, já que era feita de linho embebido em ervas, pretensamente espermicidas.


No século 17 a camisinha foi aprimorada e passou a ser confeccionada a partir de tripas de animais e apenas no final do século 18 passou a ser feita em borracha grosseira e utilizada inúmeras vezes.


A primeira pílula anticoncepcional feminina surgiu apenas em 1960, com o nome de Enovid-10, nos Estados Unidos. Da Idade Média até 1960 pelo menos 300 anos se passaram e nesse meio tempo as mulheres tiveram que utilizar seu verdadeiro “poder” de maneira a não engravidar a todo momento. E diga-se, de passagem, que a invenção da pílula também não colocou por terra dúvidas femininas quanto à maternidade.


A diferença estava no fato de haver contraceptivos eficazes para mulheres e homens e apesar dos efeitos colaterais, a partir de então, ter filhos passava a ser uma opção. Parecia simples: se quisessem ter filhos não se protegiam e caso contrário, usavam os métodos disponíveis e já bastante seguros. Tudo muito racional e calculado não fosse a interferência da sociedade, dos desejos individuais, do planejamento de vida de cada pessoa, dos dogmas e do inconsciente humano.


Esquecia-se de tomar a pílula, a camisinha “estourava” e lá vinha um rebento para a vida, muitas vezes sem a real aceitação de seus pais. Isso sem contar com inúmeros casos de abortamento, espontâneo ou não.


Tudo isso fez com que muitas e muitas mulheres e homens postergassem, ao máximo, suas decisões quanto a ter ou não filhos, de maneira a dividir com a Biologia a responsabilidade pelo engravidamento.


Evidente que tudo isso ocorreu de forma inconsciente, mas mesmo assim, uma parte de cada uma dessas pessoas “decidiu” pelo sim ou pelo não. Já não precisamos de todo esse arsenal de “desculpas” e “artimanhas” da psique. Todos podem decidir se querem ou não ser pais e mães.


Evidente que o pai, por questões óbvias, precisará de uma mãe. E por essa razão, considera-se que a MATERNIDADE seja uma experiência e uma decisão mais feminina do que masculina.


Apesar de toda dificuldade em enfrentar os olhares familiares, as discordâncias sociais, o importante é decidir:


1º Se quer ser mãe


2º Que formato de Maternidade pretende adotar


Algumas mulheres decidem, com seus parceiros, que serão mães e colocarão suas carreiras em stand by. Outras decidem, também com seus parceiros, que não serão mães e continuarão a exercer suas atividades profissionais. Importante é verificar que para cada escolha existe uma perda.


Quem optar por ter filhos, talvez perca por alguns anos a projeção e o sucesso profissional esperados. Quem optar por não ter filhos, talvez perca a oportunidade de viver uma experiência ímpar.


O importante é decidir e arcar, pessoalmente, com tal decisão. A sociedade, a família poderá até cobrar, mas se homens e mulheres estiverem conscientes de suas escolhas não haverá arrependimentos.


Leve-se em conta que nem todos homens e mulheres estão, biologicamente, aptos para exercerem a concepção e a gestação, e para esses, assim como para quaisquer outros, há a possibilidade da adoção.


Maternidade e Paternidade são opções de vida e não obrigações sociais.

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