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Grande parte da população começou a trabalhar em casa, a dúvida diária era quanto ao término do confinamento. Inúmeros pais e mães que nunca haviam passado nem meio-dia ao lado de um filho, foram obrigados a conviver 24h por dia, em todos os dias da semana.


Era preocupante manter babás e faxineiras em suas atividades normais, portanto os afazeres domésticos deveriam ser divididos entre todos.





As escolas tiveram grande dificuldade para desenvolver o ensino remoto, uma vez que não dispunham de materiais digitais e nem de profissionais da educação habituados a lidar com essa nova realidade. Mas as aulas precisavam continuar, as crianças precisam e tinham direito à instrução, agora monitorada pelos pais. Mas nem todos conseguiram acompanhar aulas pelos mais diversos motivos.


Pequenos e médios apartamentos passaram a ser compartilhados em todos os ambientes disponíveis e a principio com equipamentos pessoais. Logo as empresas disponibilizaram notebooks para os funcionários, mas demorou um pouco para que oferecessem mesa, cadeira e demais recursos utilizados nos antigos escritórios.


Era comum ver casais compartilhando a mesa da sala, entre reuniões e videochamadas e os filhos dentro dos quartos no período das aulas, ainda precárias.


Algumas famílias conseguiram se ajeitar rapidamente, outras levaram muito tempo e houve as que não conseguiram acordos. Afinal agora tinham que efetuar seus trabalhos e administrar os afazeres da casa. Quem faria o que e quando isso aconteceria era um tema constante e um gerador de stress adicional.


Nunca as famílias tinham passado tanto tempo juntas, em suas próprias casas, trabalhando, estudando e não podendo sair às ruas.


Compras eram feitas pela internet e entregues em casa, onde se providenciava a desinfecção de todos os itens, antes que fossem acomodados nos armários e geladeiras.


Os sobrenomes corporativos continuaram a existir, mas a sensação de caminhar em belas avenidas na hora do almoço, retornando para o trabalho em bonitos e impecáveis prédios ficava cada vez mais distante.


As ruas mais movimentadas da capital de São Paulo e do mundo estavam vazias e o que se via era apenas a movimentação de ambulâncias, policiais e alguns poucos carros ou ônibus, transportando aqueles que não podiam permanecer em suas casas. Eram os profissionais de saúde, bombeiros, policiais, etc, que efetuavam serviços essenciais.

Todos vestiam roupas simples, camisetas, moletons, bermudas e havia os que nem saiam dos pijamas. A vaidade ficava em segundo plano, chegando, em muitos casos, a beirar ao relaxo total. Esse aspecto mudou com a implementação de plataformas e a possibilidade de câmeras abertas, mas as pessoas já começavam a observar o quão acumuladoras eram.


Quem colocaria um sapato de salto, um sapato de sola de couro com paletó e gravata, se estavam em casa? Os uniformes escolares tbm foram guardados, na esperança de serem usados em breve.


Não havia como manter o corte dos cabelos, muito menos as tinturas. Algumas pessoas aprenderam já que na internet saltavam vídeos e vídeos sobre como cortar os próprios cabelos e o dos familiares, bem como tingi-los. Evidente que os resultados estavam muito distantes do que possuía antes de tudo isso. Mas era preciso manter o trabalho e por incrível que pareça, o mundo corporativo sobrevivia, agora com centenas de endereços.


Houve quem saísse de uma empresa e fizesse entrevistas online para uma nova colocação. E houve muitos que entraram e saíram de empresas sem nunca ter visto, pessoalmente, qualquer colega ou chefia.


Certamente houve muita gente que burlou as regras de distanciamento social, mas de maneira geral, a população brasileira parecia mais resiliente que as de países mais evoluídos.


E havia uma cobrança geral com os não cumpridores das regras, exceto aos incautos e irresponsáveis, que se esgueiravam para manter a “a vida anterior”.


Junto à política, tais pessoas foram contribuidores eficazes no aumento feroz de mortes que ainda estava por vir.


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